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(14 e 15/03/2009) Depois de muitos finais de semana com chuva no estado, finalmente conseguimos realizar a campana aos Campos de Cima da Serra para fazermos a manutenção das armadilhas fotográficas. Subimos de carro pela Serra do Rio do Rastro. O dia estava maravilhoso, ideal para fazermos algumas fotos e imagens. No caminho, fizemos várias paradas para contemplar a paisagem e registrar a diversidade faunística. Pela primeira vez nos deparamos com a Águia chilena (Geranoaetus mela.noleucus), uma robusta ave de rapina da região.Os registros desta Águia vêm se tornando cada vez mais raros devido à crescente substituição dos campos por plantios de pínus. Encontramos também, a Noivinha-de-rabo-preto (Xolmis dominicanus) espécie ameaçada globalmente de extinção. No meio do caminho tivemos a sorte de avistar pela primeira vez um Inhambugaçu (Crypturellus obsoletus), também chamado de Inhambu. No final da tarde chegamos na pousada da Dona Maria Barbosa, onde pernoitamos. Foi muito interessante nossa passagem por ali, pois tivemos a oportunidade de conhecer algumas pessoas, entre elas, o Sr. João, um simpático viajante caixeiro. No jantar, ele nos relatou inúmeras histórias do leão baio na região, algumas antigas, e outras recentes. Ele percorre e conhece quase toda a comunidade daquele território. Outro relato veio da proprietária da pousada, que nos contou que não faz um mês eles perderem três ovelhas mortas pelo Leão baio. Para os moradores, um dado curioso foi o horário de ataque, que ocorreu por volta das 10 hs da manhã. Nesta saída a campo, além de fazermos a manutenção das armadilhas, tínhamos também o propósito de instalar mais uma câmera. Então, a partir dos relatos decidimos instalar a câmera no entorno da pousada, com a autorização da Dona Maria. Quando saímos da pousada testamos todos os equipamentos e tudo certo. Fomos então a procura de um local. Não demorou muito, o Junior encontrou um ponto que achamos que poderia ser utilizado pelos animais. No entanto, quando fomos ligar a máquina ela não quis funcionar, apresentou um mau contato. Por fim, instalar aquela armadilha não foi possível naquele momento. No dia seguinte seguimos rumo a manutenção das armadilhas, mas na verdade foi mais um resgate do que uma manutenção. Quando o Junior foi instalar estas armadilhas, não pude participar, por isso, não conhecia o local. Quando chegamos, não pude acreditar! O local era muito hard e ainda fizemos este difícil percurso com carro. A partir daquele trecho, eu não via a hora de chegar em casa. Para ajudar a situação, a viração começou a se aproximar. As matas estavam muito fechadas, mesmo com o gps tivemos um pouco de dificuldade para localizar os pontos. Mas, não demorou muito para encontrá-las. A primeira armadilha estava jogada longe do ponto onde havia sido instalada. E a segunda estava completamente encharcada. Percebemos pelo estado dos equipamentos que a forte chuva estava realmente interferindo em nossos trabalhos a campo. Neste momento, admitimos que esta saída a campo foi muito mais um resgate do que uma manutenção, pois tivemos que trazer as câmeras e enviá-las para conserto. Os filmes fotográficos ficaram quase todos comprometidos pela água, no entanto, salvaram-se algumas poses em que foi registrado um gato-do-mato-pequeno (leopardus tigrinus). Em breve, estaremos novamente nos Campos de Cima da Serra para mais uma tentativa de registramos os grandes felinos na REBIO Aguaí.
(11/01/2009) No mês de Dezembro, no final de semana que antecede o Natal, realizamos a primeira saída a campo para a manutenção das armadilhas fotográficas instaladas no campo de cima da Serra. Essa saída vai ficar na historia do projeto, pois aconteceram inesperados acontecimentos que colocaram em prova nossa coragem e paciência. Saímos de Criciúma às 9 horas da manhã, 21 de Dezembro, o dia estava perfeito para a campana. Chegando em Bom Jardim da Serra pegamos um caminho de estrada de chão, aproximadamente duas horas de viagem até o local das armadilhas fotográficas. Até aqui tudo esta transcorrendo bem, paramos várias vezes no caminho para apreciar a belíssima paisagem característica da Serra Geral. Foi então, que de repente o Junior, quem estava dirigindo, sentiu algo estranho na camionete. Ele então me perguntou se os pneus do carro estavam girando normalmente e na mesma hora já nos bateu um frio na barriga, imagina ficar naquele lugar inóspito, sem telefone e com o carro quebrado!E foi exatamente isso que aconteceu, na mesma hora percebermos que o pivô da barra de direção do carro havia quebrado. Nos olhamos, e agora o que faremos? Nisso o Junior lembrou que estávamos próximo a casa da Dona Maria Barbosa, uma pousada na região. Então, decidimos tentar voltar de ré com o carro até a casa dela, pois não podíamos deixar o carro no meio da estrada. E foi o que fizemos, levamos quase 20 minutos para andar menos de 1 km até a pousada. Chegando lá, fomos bem recebemos pelos colonos, que nos ofereceram o abrigo para passar a noite. Mais como tínhamos que estar na cidade na segunda feira optamos por descer a Serra a pé, através da trilha do São Pedro. No primeiro momento os colonos acharam que deveríamos ficar e descansar, pois um nevoeiro pairava sobre a paisagem naquele momento. O Sr. Laurindo, que vive a muitos anos naquela região, decidiu então que nos daria apoio para descer e nos acompanhou até a boca da Serra. Pois bem, começamos a descer a serra, o nevoeiro não dava trégua, e caminhando pelos campos, volta e meia nos deparávamos com áreas completamente encharcadas, tornando tudo mais cansativo e perigoso. Naquele momento, a única coisa que queríamos era estar em casa e por isso tínhamos que descer o mais rápido possível, antes que apontasse a noite. Como já tínhamos realizado esta travessia algumas vezes ao longo destes anos, achamos que levaríamos em torno de três horas para chegar na parte baixa da serra. Mais não foi nada disso que aconteceu, levamos quase seis horas e a trilha que um dia existiu, já não havia mais, o que restava era apenas uma picada, que dificultou intensamente a descida. Tivemos que descer grande parte pelo rio, pois a trilha tinha sido levada pelo mesmo. E se já não bastasse todos os imprevistos, o solo estava completamente irregular, pedras grandes e soltas pelo caminho eram quase que constantes. E foi então que o Junior virou o pé. Pronto, agora mesmo é que estávamos encrencados, pois eu sozinha jamais teria condições de levá-lo. A única saída era o Junior ir caminhando, e foi isso que fizemos, pois estávamos sem nenhuma comida e não tínhamos condições de passar a noite por ali. Parecia que não chegávamos mais, foi à descida mais logo que fizéramos. Chegando a parte baixa da serra, pensamos que tudo que tinha de ruim para acontecer já havia ocorrido, mais novamente fomos surpreendidos, o Junior foi tocado por uma taturana de cor vermelha. Na mesma hora começamos a apressar os passos, o braço dele começou a ficar dormente e vermelho, nos deixando cada vez mais preocupados, no total caminhamos 15km , 7km nos campos e 8km descendo a serra. Por fim chegamos a casa do Sr. Joaquim e Julia Lorenzoni, amigos e parceiros do projeto e que nos deram toda a assistência ao chegarmos na casa deles. No meio da próxima semana que retornamos ao local para resgatar o carro. No inicio de Janeiro fizemos mais uma investida com apoio do Sid Luz e finalmente conseguimos realizar a manutenção das armadilhas fotográficas com sucesso e obtermos os primeiros registros da mastofauna dos campos de Cima da Serra.
Saídas de Campo a Serra Geral - Reserva Biológica
Estadual do Aguaí
(29/06/2008) Neste final de semana realizamos uma saída a campo na REBIO onde foi instalada mais uma armadilha fotográfica. A armadilha foi instalada a 450 metros de altitude. No decorrer da trilha nos deparamos com vários arranhões, observados entre árvores de uma mesma espécie, a qual será identificada
(15/06/2008)
(25/05/2008) A passagem de um ciclone extratropical
na região sul de Santa Catarina provocou chuvas fortes que alteraram
bruscamente a paisagem que compreende as áreas da Reserva Biológica
Estadual do Aguaí. A trilha de São Pedro, que corta o
interior da reserva ligando o planalto serrano com a planície
litorânea foi totalmente modificada. Sob a forte chuva, parte
da trilha foi destruída. Os rios encheram e tiverem seus percursos
alterados. Árvores frondosas foram derrubadas. A intensidade
da chuva deixou as armadilhas fotográficas completamente encharcadas,
ainda assim, foi possível registrar algumas espécies.
(22/04/2008) Esta armadilha fotográfica trabalhou
em campo apenas uma semana, pois neste mês ocorreu na Serra Geral
um evento atípico, um vento de 170 km por hora atingiu fortemente
a floresta montanhosa derrubando inúmeras árvores de grande
porte e trazendo alguns prejuízos a comunidade local. Durante
este evento climático uma árvore foi derrubada na frente
da armadilha fotográfica.
(23/02/2008)
Neste ano, o projeto pretende expandir sua área de pesquisa para a região dos campos de cima da Serra, buscando registrar predadores maiores, como o Puma (também conhecido como Leão-Baio).
(17/11/2007) Chegamos
ao final do ano, primeiro ano do projeto felinos do Aguaí, com
resultados que para nós pesquisadores foram além de nossas
expectativas. Durante estes 10 meses de pesquisa o projeto registrou
3 espécies de felinos (Leopardus tigrinus, Leopardus wiedii
e Leopardus pardalis), além do rastro do segundo maior felino
das Américas, o puma (Puma concolor). Neste primeiro
ano, o objetivo do projeto foi pesquisar até os 600 metros de
altitude. Em 2008, focaremos a pesquisa também acima dos 800
metros, onde várias evidências levam a crer a presença
do puma (Puma concolor). Além dos levantamentos, o protejo
pretende promover palestras educacionais e um filme documentário
sobre a Reserva Biológica Estadual do Aguaí que serão
distribuídos nas escolas. Agradecemos aos nossos patrocinadores,
apoiadores e demais pessoas que contribuem de alguma forma a realização
deste projeto. Um Feliz Natal a todos!
(07/09/07) Após 28 dias da
última saída a campo, retornamos para a manutenção
da armadilha 3. Desta vez foram registradas diferentes espécies:
Cateto (Tayassu tajacu), podendo pesar de 16 a 40 kg; Tatu
galinha (Dasypus novencinctus) que pode viver mais de 22 anos;
Macuco (Tinamus solitarius) maior representante dos tinamídeos
(um dos mais antigos grupos de aves) na Mata Atlântica e o Gambá-cinza-de-quatro-olhos
(Philander opossum) que possui em cima de cada olho uma mancha
branca parecendo um outro olho, daí a origem do seu nome.
(11/08/07) Nesta saída a campo foi feita a primeira manutenção da armadilha 3. Chegamos ao local e a armadilha fotográfica tinha registrado apenas 8 fotos no período de 30 dias. Mesmo assim, o resultado foi positivo, pois registramos um Leopardus wiedii e no caminho encontramos um rastro de Leopardus triginus. Em breve, estaremos divulgando os primeiros resultados da armadilha 4, recém instalada.
(01/07/07) O que será que fotografamos hoje? Sempre que voltamos ao campo, é aquela emoção para saber quais imagens foram capturadas. O objetivo desta saída foi desativar a armadilha fotográfica 001, que trabalhou por quase 4 meses neste ponto, nos revelando a fauna daquele perímetro. Nesta saída, registramos a espécie leopardus pardalis, Leopardus wiedii, catetos e aves. A dieta do leopardus pardalis é bastante diversificada, caça mamiferos de pequeno e médio porte, aves, répteis e anfibios, podendo ingerir também peixes. O consumo médio de presas na natureza é de cerca de 700g.
Desta vez, fotografamos o Leopardus wiedii,
gato maracajá, gato do mato. Um ponto interessante sobre estes
animais é que ao contrário de muitos outros gatos, os
Leopardus wiedii são adaptados fisicamente à vida em árvores,
com a habilidade para girar os pés posteriores eles podem descer
e subir escalando as árvores. Leopardus wiedii usam
suas habilidades para caçar roedores, lagartos pequenos, insetos
grandes, e rãs entre o dossel de florestas tropicais. Além
do Leopardus wiedii, registramos outro felino, que devido à
distância da fotografia não foi possível identifica-lo.
Outro carnívoro fotografado foi o Procyon cancrivorous.
Este animal possui uma máscara negra ao redor dos olhos e cauda
anelada, principais características da espécie. As patas
têm dedos longos, com pelagem bastante curta, o que o levou a
ser chamado de mão pelada, guaxinim.
(24-03-2007) Após 14 dias, voltamos novamente ao ponto da armadilha fotográfica 001, para trocarmos as baterias e o filme. Estávamos ansiosos para ver se tínhamos conseguido capturar alguma imagem. Reveladas as fotos, ficamos surpresos, pois tínhamos registrado o terceiro maior felino das Américas, a Jaguatirica (Leopardus pardalis) e uma Irara (Eyra bárbara), um escalador muito ágil. Para nós pesquisadores, foi uma conquista importante, termos conseguido na primeira saída a campo o registro fotográfico de uma das três espécies de felinos estudados.
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